domingo, 4 de novembro de 2012

Dê me tempo, Tempo.



Dê-me tempo, Tempo.

Apague, tempo, as horas perdidas
E dê-me outras que com elas farei uma nova antiga vida
E as gastarei como faz uma lima
A devastar o que não serve
E aprenderei a não ser breve
Demorarei-me no portão
A esperar minha amada
E ouvirão pela estrada
O bater do meu coração
Em cem mil badaladas...
Devolva-me, tempo, os silêncios que pronunciei
E neles porei palavras que guardei
Para dá-las ao meu amor,
Que estava a sonhar na janela
E nem percebeu quando lhe atirei uma flor...
Esqueça-me, tempo,
Deixe que me perca nos braços do vento
E não exista como coisa que pesa
E que alguma diferença faz,
Serei um inquieto, porém longínquo mar,
Uma porção de grama na campina florida
A esperar os que amam e celebram a vida...
Se não der, tempo,
Sutenta-me por mais momentos
Para que eu possa então declarar meu amor e paixão
E erguerei meus versos ao palácio que contemplo,
Onde mora o amor,
E ele, sei, ouvirá minhas preces e dirá onde moro
À amada, meu desejo, que tanto espero,
Que virá sem demora...
Dê-me mais tempo, tempo, o tempo que for,
Em séculos, instantes ou agora.


Um comentário:

  1. Que lindo amigo...amo sua sensibilidade!Toca fundo no coração..aquela que espera virá e não tardará!Confie e prossiga sendo você!Beijos no coração!

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